Thursday, December 14, 2006

Do 8 ao 80...

A pedido da minha amiga S., tenho que contar aqui uma sua aventura com um cromo que, nem de propósito, se revelou o oposto do anterior. Tudo se passou na Turquia, em 2001, numa reunião de 300 almas pseudo-católicas de várias nacionalidades. Todos no mesmo hotel e com uma disposição imensa para a brincadeira, apesar do verdadeiro motivo que os levava a estar ali. Nas animadas festas na praia e na piscina, um jovem polaco dava nas vistas com uns calções de banho suficientemente justos para deixar adivinhar o que estava por baixo deles. Rapidamente, foi baptizado pelos portugueses que lá estavam de “Bacamarte"! Numa noite bem regada, S. já se encontrava naquela fase em que o número do quarto se torna mais complicado que o NIB e deu por si enrolada com o “Bacamarte” em cima de um monte de pedras. [Não faço ideia como nem porquê num monte de pedras, mas nestas coisas cada um sabe de si...] A curiosidade de S. em relação aos atributos do polaco era muita. Pouco depois, e apesar do estado ébrio, S. confirmava que o anunciado pelos calções de banho não era publicidade enganosa! Mas, para sua surpresa, o polaco, além de bastante desajeitado, apenas perguntava em continuação se S. já tinha visto algum daquele tamanho! Drama dos 19 anos masculinos, foi a única conclusão a que S. conseguiu chegar naquele dia... Nos outros a seguir, as recordações com que S. ficou foram uma tremenda falta de pontaria, vários arranhões nas costas causados pelas pedras e um desconsolo "do tamanho do Bacamarte". No entanto, S. confessou-me que, de facto, nunca mais voltou a ver nada daquele tamanho...


P.S. - Não sei se é característica comum aos polacos - deixo isso aberto a discussão -, mas devo confessar que o maior atributo masculino que já vi (vi, apenas, ok?) também era polaco! Estava em Barcelona e fui com duas amigas catalãs e um polaco a uma praia "bastante liberal". Só ele insistiu em fazer nudismo (sabe Deus porquê). Acho que só fiquei verdadeiramente atrapalhada quando todos, muito naturalmente, insistiram em jogar ao disco voador. Com "aquele" polaco, todo nú, era difícil, pelo menos para mim, concentrar-me apenas na direcção em que ia o disco...

Tuesday, December 12, 2006

Afinal, o tamanho do cromo importa?

A minha amiga E. teve um affair com um luso-americano muito simpático, muito bem-disposto, muito boa onda e essas coisas todas. Mas quando a coisa chegou a momentos mais íntimos, E. descobriu que o seu affair era também muito pouco abonado em termos anatómicos - ok, todos sabem que uma significativa percentagem de mulheres partilha estes "segredinhos". Durante uma semana E. andou em pleno stress pós-traumático e procurou o seu grupo de auto-ajuda - as amigas! Ainda que ele não fosse mau na cama, garantia, E. não conseguia ultrapassar a pressão psicológica de ter uma relação a sério com um "gajo de pila pequena". "Mesmo pequena", salientava sempre nos seus desabafos. Ultrapassado o choque do tamanho e da mini-tatuagem com o coelhinho da Playboy perto da virilha, E. teve ainda que ultrapassar mais um desgosto. O seu affair era pró-George W. Bush. Ambos acordaram, então, em riscar a política das suas conversas, pois acabavam sempre em discussão. Mas um dia, o affair descaiu-se e afirmou, orgulhoso, que toda a sua família tinha votado no Arnold Schwarzenneger para Governador da Califórnia. Claro que não foi essa a gota de água, mas o conjunto de circunstâncias encerrava a relação ao fim de dois meses, com a nota de "Cromos Incompatíveis!"

Sunday, December 10, 2006

Alimentação de Cromo

Conteúdo do Armário de um Colega de Trabalho...

- 1 lata de Chispalhada
- 1 lata de Feijoada à Transmontana, marca Nobre, com tradução em francês (Plat des Haricots à la façon de Trás-os-Montes!)
- 1 embalagem de Panrico (sem côdea)
- 1 garrafa de Coca-Cola de 1,5l
- Uma caixa de biscoitos de laranja
- Um saco do Pingo Doce que não me atrevi a abrir...

Sem Comentários!

Thursday, December 07, 2006

O que fazer de cromos como estes?

Estudei na Universidade de Coimbra, cuja Associação Académica celebra o seu dia a 25 de Novembro. Comemora-se a ocupação pelos estudantes, em 1920, das actuais instalações da Academia, acontecimento que ficou conhecido como a Tomada da Bastilha. Nesse dia, todos os anos, a Universidade fecha as portas. Era por lá, na mesma Universidade, que andava aquela minha (ex-)amiga muito, digamos, burra, que já aqui citei no post da "noz moscarda". Gazeteira como era, um dia estava eu a tomar o pequeno almoço em casa, eram já umas 2 da tarde, e aparece a T., cheia de nervos, cheia de stress, e de dedo em riste avançou para a cozinha a avisar: "Tu não vás à Faculdade, olha que hoje não há aulas para ninguém!" Na altura, eu até nem fazia muita questão de ir, mas com a maior das molezas perguntei: "Porquê?" Resposta apressada, mas notável: "Olha, não percebi bem, andavam a dizer que é a Tomada da Pastilha!"...

Tuesday, December 05, 2006

O Cromo que não Desiste...

A fazer lembrar Miguel Ângelo dos Delfins, António Manuel Ribeiro (dos UHF) não nos dá descanso! Ainda mal se libertou do monte de moscas em que esteve soterrado no seu último livro e já nos presenteia com uma nova pérola intitulada "O Momento a Seguir". A praga até poderia passar despercebida, não fosse o imparável cérebro de Bárbara Guimarães lembrar-se de promover a obra, não vá alguém ter (mesmo) falta de ideias do que oferecer neste Natal. No seu programa pseudo-literário na Sic Notícias, "Páginas Soltas", Bárbara Guimarães trocou o nome do autor e pediu a Manuel António Ribeiro (sic) que lesse um dos seus poemas para a "vasta" audiência que os ouvia. "Mas quer que leia eu?", interrogou AMR. "Sim, eu não me atrevo!", respondeu a apresentadora. Porque não se atreveu Bárbara pode ser alvo de profunda reflexão e ter interpretações bem diferentes... Ainda que no fim tenha dito que este "é um livro a não perder"! Não custa nada ser simpática...

Friday, December 01, 2006

Um Cromo com Aranhas no Cérebro

Trabalhei num jornal com um sub-editor de apenas 22 anos. Quem trabalha no meio da Comunicação Social sabe que a situação não causa assim tanta estranheza, uma vez que cada vez mais se procuram jornalistas tendo em conta o seu preço e não a sua qualidade. [Não há muito tempo, propuseram-me o belo cargo de chefe de redacção de um pasquim por 450 euros mensais - e não, não estavam a gozar!!] Voltando à história, este cromo tinha sido "promovido" depois de ter feito um "estágio" de um ano a ganhar 250 euros mensais. No fundo, ele era um "estagiário sub-editor", nada mau para início de carreira. Mas enfim, eu estava ali como jornalista e tinha que respeitar o meu superior, até mesmo no dia em que ele me pediu para "investigar" uma notícia que poderia ser "bombástica". «Vou-te enviar o e-mail com a história, liga para o contacto que lá está e pede mais informações», disse ele. Quando comecei a ler o e-mail apercebi-me logo de que se tratava de um daqueles FW: inventados por quem não tem mais o que fazer... Uma temível aranha venenosa andava a matar em Portugal e já tinha feito algumas vítimas no Algarve! Disse-lhe: «Não achas que isto é um daqueles FW:....?». «Liga para o contacto que aí está!», respondeu do alto da sua autoridade. Liguei. Atendeu realmente a pessoa cujo contacto constava no e-mail, mas rapidamente esclareceu que aquele mail também lhe tinha sido enviado por alguém e que o seu número de telefone estava ali por acidente. Expliquei novamente ao meu sub-editor que aquela história, afinal, era mesmo um daqueles e-mails. Levantou-se rapidamente e avançou na minha direcção, folheando a sua agenda preenchida de importantes contactos: «Aponta aí!», ordenou. «Direcção-Geral de Saúde, 21....., e falas com a "não-sei-quantas" que é a assessora de Imprensa.» Eu nem queria acreditar no que me estava a acontecer, mas lá tive que ligar para a DGS. A assessora foi muito simpática, ouviu todas aquelas as idiotices e no final disse: «Sabe, isso é um daqueles e-mails que já circulam há anos...» Foi um momento bastante embaraçoso na minha (ainda curta) carreira de jornalista - não tão curta quanto a inteligência do sub-editor. Obviamente, esta não foi a única história inacreditável que se passou naquele jornal. Dois meses depois, despedi-me.

Monday, November 27, 2006

Um outro Cromo chamado "Cristiano"

Este cromo só conheci de vista e mal me lembro dele, até porque já morreu - R.I.P.! Mas lá na terrinha do interior onde nasci e cresci (pouco, é certo) até aos 18, havia um senhor que era o Cristiano e que vendia cautelas da lotaria. A vida do homem era sempre a mesma. Todos os dias andava para baixo e para cima na pequena cidade, passando nas lojas e nos cafés, gritando o seu pregão, que até nem era mau de todo: "Há dias de sorte!"
Claro que toda a gente acabava por se fartar de o ouvir a gritar incessantemente "Há dias de sorte!" - até porque a lotaria nunca saiu a ninguém por aqueles lados. Mas um dia o pregão dele mudou. Foi apenas por alguns segundos, mas fez vibrar todos os que assistiram ao insólito momento. O Sr. Cristiano entra num café "duplex", ou seja, numa tasca que tinha uma escadaria para um andar superior, a repetir o seu "Há dias de sorte!". Sobe a escada a dizer "Há dias de sorte!", dá a voltinha pelas mesas dos clientes (talvez sem sorte nenhuma e sem vender cautelas), começa a descer as escadas do café... "Há dias de sorte!"... e tropeça num dos primeiros degraus... Suspense em todo o café e eis que o Sr. Cristiano se rebola, juntamente com todas as cautelas, pelas escadas abaixo, e se estatela junto ao balcão do café. Antes que alguém tivesse tempo para dizer ou fazer alguma coisa, o Sr. Cristiano levanta-se mais rápido que uma flecha e, como se já tivesse a resposta pronta na ponta da língua, diz: "Há dias do caralho!"

Friday, November 24, 2006

Um Cromo "Bimbo" ou "Mitra"?

Que Cristiano Ronaldo é um cromo é indiscutível, até porque as cadernetas de figurinhas dedicadas ao mundo do futebol nunca sairam, nem vão sair, de moda. A verdadeira questão colocou-se ontem num jantar entre amigos, onde se discutiu se Cristiano Ronaldo é um bimbo ou é um mitra. Houve quem dissesse que as diferenças entre um e outro são enormes. Eu acho que ele é bimbo, mas a minha vizinha do lado estava irredutível: o Cristiano Ronaldo não é nada bimbo, é mitra, que é uma coisa totalmente diferente! Na vossa opinião, quais são as diferenças?

Tuesday, November 21, 2006

A Croma Moscarda

No liceu, a minha melhor amiga era a T.. Andávamos sempre juntas, passávamos horas ao telefone, dormíamos em casa uma da outra, partilhávamos tudo e até tínhamos uma linguagem em código para passar bilhetinhos nas aulas sem ninguém perceber o respectivo conteúdo. Um belo dia ela achou que também podia partilhar o meu namorado e eu encontrei-os aos beijos. Menos "moderna" que ela, eu fiquei mesmo muito chateada com os dois e, à boa maneira liceal, "nunca mais lhes falei". Uns anos mais tarde, já eu estava no 2º ano da Universidade em Coimbra, entrou ela como caloira - ela entretanto tinha chumbado. Procurava um quarto. Coração de manteiga como sou, lá fiz as pazes com ela e aluguei-lhe um quarto na minha casa. Mas a amizade nunca voltou a ser a mesma e eu, finalmente, percebi que ela não primava muito pela inteligência. Começou logo na praxe dela: quando lhe perguntaram "Qual é a sua graça?" ela ficou à toa e esteve mesmo para começar a contar uma anedota!! Sorte a dela que não lhe ocorreu nenhuma. Lembro-me de ter apontado num papel, com a minha irmã, as várias gaffes e calinadas que ela ia debitando ao longo dos 10 meses que lá esteve em casa. Agora gostava de encontrar esses apontamentos, porque certamente não me lembro de todas as gaffes - e eram muitas e hilariantes! Uma delas provocou-me um verdadeiro ataque de riso: Estava eu a cozinhar e precisei de uma especiaria qualquer que não tinha, logo fui ao armário dela procurar. E dou de caras com um frasquinho de pó castanho, com uma etiqueta que dizia: "Noz Moscarda"!!! Depois de calinadas como "mulétes" (omeletes), andames (andaimes), ou berrequim (berbequim), a noz moscarda era a cereja em cima do bolo! Pelo menos daquela semana...

Friday, November 17, 2006

O Cromo do Tunning

A minha amiga A. é muito tia, da linha de Cascais, mas eu gosto imenso dela, porque ela foge um bocado ao "mainstream cocó" dos tios. Digamos que A. é assim uma espécie de tia, loura, vive na linha, mas é meia maluca, não tem papas na língua e com ela é sempre tudo a abrir. Foi mais ou menos a abrir que fui apanhada numa das suas festas de aniversário, há uns 3 anos atrás, ainda na ressaca do fim de uma relação séria, por um dos seus amigos que era um autêntico cromo. Como fui ter ao jantar sozinha e não conhecia ninguém a não ser ela, no final todos me "empurraram" para uma boleia com um tal de P. - que pelos vistos acharam que tinha tudo a ver com a minha pessoa livre, desimpedida e de coração despedaçado. Só o local escolhido já prometia - o T-Club! Chegamos ao carro: Perplexidade! Um Daewoo Matiz (que é um carro tipo Fiat 600 versão moderna) todo do tunning. Não-sei-o-quê rebaixado, super ailleron e até luzes azuis fluorescentes à frente e atrás, tipo iluminação nocturna do talho lá do meu bairro. UAU! Antes de entrar na super-máquina, P. fez questão de abrir a mala para me mostrar o sistema de som e o subwoofer que, num carro como o Matiz, não deixava espaço no porta-bagagens nem para mais uma caixa de sapatos. Orgulhoso de toda a sua parafernália tecnológica, arranca, claro, a abrir, deixando a devida marca de pneu no asfalto. Põe o som num volume insuportável - que, aposto, não estava nem perto do máximo -, o carro a vibrar por todo o lado e os vidros abertos para toda a gente olhar bem para nós - o meu, fechei-o, claro! Enterrada no banco e sem saber bem se havia de rir ou chorar com a situação insólita, ainda tentei ser simpática e meter conversa: «O que é que estamos a ouvir?», gritei para o lado do condutor, pasmada com a música tipo "carrinho-de-choque". Resposta do cromo, enquanto me passava a capa do CD para as mãos: «É isto, saiu agora e é demaaaiiis!» A capa do CD tinha um daqueles carros... o título era "Super Tunning REMIX". A viagem de Oeiras até ao T-Club pareceu interminável. Voltei para casa de Táxi!...

Wednesday, November 15, 2006

Cromos Angolanos

[Antes de mais, quero realçar que este não é um post racista.]
Estou a tentar convencer a minha irmã, que vive temporariamente em Luanda, a escrever um blog para relatar as cromices que tem visto por lá. Luanda está em incrível desenvolvimento por ser uma verdadeira mina, não só de ouro e petróleo, mas também de "diamantes em bruto"... Deixo aqui alguns que se encontram, a pontapé, pelas ruas ou junto dos musseques (favelas, no dialecto local):

«Salão de Beleza "Entra Feio e Sai Bonito"»
«Sociedade de Importação e Exportação "José Santos & Filhos, Menos o Bernardo"»
«Taxi "Pailox -O rei dos Pobres"»
«Taxi "Marmelada"»
«Comércio Geral "Borracheira da Moda"»

Ou ainda, uma rebuscada justificação, para quem se deixou adormecer de manhã... «Doutor, hoje vou chegar atrasada ao trabalho. Tenho uma preocupação.» Nem mais!

O Cromo "Água Vai..."

Infelizmente chegou o Outono e hoje o dia está tão horrível que só me podia fazer lembrar uma música dos Delfins. Já tinha ameaçado e, no contexto tempestuoso de hoje - e sem dizer "água vai" -, não resisto a deixar esta letra da autoria de Miguel Ângelo, qualquer coisa de extraordinário...

Pedra e cimento
Não vão parar
A onda de calor
AHHHHHH

E de repente
Não sei porquê
Chega a tempestade
E muda a gente
O meu corpo de água vai

E no momento,
Sem sentir dor
Fico sem saber Nada

Não é diferente
De um velho amor
Forte e dormente
AHHHHHHHH
Gosto especialmente das partes em que ele suspira AHHHHHH! Já não gosto é de ter ficado a saber que ele não sentiu qualquer dor quando ficou com o cérebro vazio... É que deve ser por isso que ele nos continua a massacrar, durante anos e anos, sem sentir absolutamente Nada!

Tuesday, November 14, 2006

O Cromo Soterrado em Moscas

E já que estamos numa de poesia... que dizer do livro de poemas de António Manuel Ribeiro, esse mito, vocalista dos UHF, que um dia descobriu que também ele tinha uma veia poética com algo de muito profundo para partilhar connosco? Para já, destaco apenas este excerto. Não quero provocar convulsões, apatias, arritmias ou outros efeitos secundários nocivos em quem ler estes versos... Ah, e não procurem o livro. Chama-se “Se o amor fosse azul que faríamos nós da noite?” e já deve ter esgotado...

Acordei
Soterrado em moscas
Tontas loucas prontas
A cagarem-me o juízo
(...)
Acordei
Comendo a merenda
Lenta lesma prenda
Junto ao frio do bidé.

Sinceramente, nem sei se mesmo os Delfins desceram tão baixo...

Monday, November 13, 2006

O Cromo Profundo II

No seguimento do post anterior, gostaria de vos deixar mais esta profunda pérola, a fazer lembrar a máxima de Lili Caneças: "Estar vivo é o contrário de estar morto!" Deliciem-se e... Sincronizem os vossos relógios!

«Viver no passado...
É ter vivido!!
Viver no Futuro...
É não ter vivido... Ainda!!!
É a viver no presente o antigo futuro e o futuro passado que surge a saborosa delícia, a deliciosa surpresa
De ser tão Bela
A Vida»

Esclarecidos?

O Cromo Profundo

O já citado "Cromo Escarreta" é um sério candidato a acumular presenças neste blog. Tudo nele parece vir das profundezas. É tão profundo que penso que deve aspirar a ser poeta ou qualquer coisa que o valha. Se não, alguém me explique o que ele quer dizer com isto: «Da imensidade de coisas que nem existe, e ainda assim é falada, destaco um qualquer momento vulgar... é na mesma um momento! - Vulgar pode ser o que sobre ele pensarmos.» Este é o actual nickname dele no Messenger. Dou um prémio a quem me conseguir provar que esta citação não é um absoluto vazio!

O Cromo Escarreta

Trabalho num gabinete relativamente pequeno, com um colega que além de normalmente ter as unhas e a gravata sujas, recentemente apanhou uma daquelas "tosses com expectoração". Quem nunca foi atingido pela terrível doença que atire a primeira pedra. É embaraçoso, de facto, mas há sempre maneiras de contornar a questão... Como dizia Paula Bobone «Se um dia por acaso arrotar acidentalmente à mesa, disfarce». Mas como?, perguntaram-lhe. «Olhe, arraste uma cadeira, sei lá...» A ideia poderá não ser a melhor, mas Bobone estava correcta no que diz respeito ao "disfarçar". Há muitas maneiras de o fazer, mas este cromo não faz mais nada que tossir, puxar a escarreta e cuspi-la para o caixote do lixo comum do nosso gabinete. Neste momento, gostava de lhe colar este cartaz ao lado da secretária.
Se no vosso local de trabalho tiverem uma história tão ou ainda mais nojenta que esta, por favor, partilhem, para eu não me sentir tão sozinha...

Cromo Geriátrico - Versão "cool"

Estou à porta de casa com a minha amiga S., dentro do carro, a deitar conversa fora... É dia de greve da função pública e, apesar de ser Novembro, está bastante calor. Temos as janelas do carro abertas. No passeio ao lado, passa uma senhora, de aspecto normalíssimo, na casa dos 60s - podia ser nossa avó ou nossa tia - que, assim do nada, se põe a desabafar connosco a toda a velocidade. Parecia que tinha tomado um speed...
«Olhem meninas, eu posso parecer maluca por vir para aqui a falar sozinha, mas não sou! Eu vinha era aqui a rezar: "Puta que os pariu!" (gargalhadas contidas e caras de espanto dentro do carro. Afinal a reza não era a mais ortodoxa). «As meninas já viram isto? Tenho uma catarata no olho esquerdo, vim ao médico e ele põs-me a lente para a catarata no olho direito. Não vejo nada há não sei quantos dias, hoje levanto-me às 6 da manhã para vir à consulta corrigir a puta da lente, chego aqui e marro com os cornos na porta! As meninas desculpem o meu português, mas não há pachorra para esta merda!» Sorrimos e concordamos com a senhora, que se despede com a mesma rapidez com que se desculpa pelo desabafo. «Pronto, desculpem lá. É um menino, não é? - diz, apontando para a barriga de 8 meses da minha amiga. «É», responde S. espantada. «Vê-se logo, tem a barriga para a frente», responde a mulher. «Tenha uma hora feliz, que eu cá vou continuar a minha reza. Adeusinho» ...
Conclusão: Já viram o que a greve faz às pessoas??

Tuesday, November 07, 2006

Capítulos em cromos

Lembram-se das velhas cadernetas de cromos da nossa infância? Por muitas carteiras que comprássemos, por muitas trocas que fizéssemos com os amigos e colegas de escola, havia sempre um ou outro cromo mesmo difícil de arranjar... Muitos desses cromos encontrei-os mais tarde na vida, acidentalmente ou não, quando já nem me lembrava da existência das antigas cadernetas. E porque continuo a surpreender-me e a deparar-me com verdadeiros cromos no meu dia-a-dia, aqui vão ficar algumas histórias dignas de registo.
Se tens cromos para a troca, aceitam-se colaborações em regime de free-lance ;-D