Tuesday, November 14, 2006

O Cromo Soterrado em Moscas

E já que estamos numa de poesia... que dizer do livro de poemas de António Manuel Ribeiro, esse mito, vocalista dos UHF, que um dia descobriu que também ele tinha uma veia poética com algo de muito profundo para partilhar connosco? Para já, destaco apenas este excerto. Não quero provocar convulsões, apatias, arritmias ou outros efeitos secundários nocivos em quem ler estes versos... Ah, e não procurem o livro. Chama-se “Se o amor fosse azul que faríamos nós da noite?” e já deve ter esgotado...

Acordei
Soterrado em moscas
Tontas loucas prontas
A cagarem-me o juízo
(...)
Acordei
Comendo a merenda
Lenta lesma prenda
Junto ao frio do bidé.

Sinceramente, nem sei se mesmo os Delfins desceram tão baixo...

1 comment:

Anonymous said...

Infelizmente este cromo já descobriu a sua veia poética há muito tempo. Logo no primeiro albúm em 1981 havia um épico chamado "Rapaz Caleidoscópio" - Ainda me lembro de os ver a tocar uma versão interminável tinha eu os meus 10 aninhos. Nunca mais fui o mesmo. Deixo aqui uma estrofe:

Ele é um duro como rock
fan da violência
e olha a vida pelos óculos
gingando cadência
veste cabedal que é napa preta

(e agora todos!)
Heiaoooolalala

Genial!