Tuesday, April 24, 2007

Também queremos um às 5ªs!

Outra notícia de que gostei muito e que estava aqui na lista de espera para entrar no blog era esta: o nosso magnífico governo lançou mais um programa, desta feita para garantir que todos os locais públicos tenham um desfibrilhador. (Já estou a ver a gorda da funcionária dos correios da Graça a electrocutar algum velho que só teve uma quebra de tensão 'derivado' ao calor!!) Mas enfim, vou sugerir ao governo que forneça um desfibrilhador também para as 5ªs feiras, porque a julgar pelos últimos acontecimentos (performances na varanda e quedas de sobrancelhas incluídas), não tarda nada ainda vamos precisar mesmo de um aparelhinho destes...

Monday, April 23, 2007

Agricultura digital

É só mais uma pérola deste governo. Na semana passada os agricultores do nosso país ficaram a saber que as candidaturas aos subsídios agrícolas têm agora que ser feitas na Internet. Nada de mais, se não estivéssemos a falar de pessoas que, provavelmente, nem nunca viram um computador, quanto mais saber o que é a Internet ou escrever num teclado e usar um rato... É claro que se gerou a confusão. Os funcionários dos serviços também não percebiam nada do programa, que por sua vez também não ajudava e só dava erros. No dia em que a senhora na foto foi entrevistada, os serviços estavam a conseguir fazer as candidaturas à velocidade espantosa de uma por dia. Daí a indignação: "Eu já estou aqui desde as 9h de ontem, ainda estou cá hoje, nem almocei, só faltou dormir cá! Tenho lá umas 'obelhinhas', ou as hei-de ir 'a botar' ou hei-de estar aqui! E aqui estou..."

Sunday, April 22, 2007

A Frase da Noite

"Por baixo de mim passaram 87 mulheres... Todas a pagar!"

Thursday, April 19, 2007

Tragam-me o desfibrilhador...


Justin Theroux, mais uma vez num filme de David Lynch, Inland Empire. Para ver, rever e não perceber na-di-nha! 5 Estrelas!

Wednesday, April 18, 2007

É comer e calar!!

E porque a história se repete, amanhã a 5ª parece que volta a ser em minha casa. Desconfio que sou bem capaz de ir para Paris sem lavar a louça...

Tuesday, April 17, 2007

Tá doendo, irmã?

Entro no táxi, digo bom dia, para onde quero ir, se-faz-favor, etc. O sr. taxista nem ai nem ui. Tem uns 40 anos e cara de antipático, quase mafioso. Faz o caminho todo a 50km/h e eu cheia de pressa, mas nem abro a boca. Principalmente quando ele sintoniza a rádio Mix e aumenta o volume por três vezes, até ao limite do suportável. A música inclui um ser do sexo feminino a gemer "you're a sexy motherfucker, ahhhh, ahhhh"! Tento continuar a ignorar, enquanto penso que o gajo só pode ser, de facto, um atrasado mental. Quando finalmente acaba a música, decide mudar de estação e fica uns 5 minutos a saltar de rádio em rádio (que nervos!!) para parar, por fim, numa rádio qualquer da Igreja Universal do Reino de Deus. E pronto, lá vou eu até ao destino a ouvir gritos histéricos de gente fanática. "A Dona Alice diz que tem uma coluna que não presta mais para nada, vamos aqui pedir pra Jesus te dar uma coluna nova. Sai espírito maligno, todos gritam comigo, Satanás, sai pra lá. Sai Satanás! (...) Tá doendo, irmã?" "Não, não tá doendo mais nada..."

Monday, April 16, 2007

Porque sou dondoca e odeio os transportes públicos de Lisboa

Sou daquelas pessoas que contribuem com CO2 para a poluição e para o buraco do ozono. Ando sempre de carro, estaciono sempre "à porta" e pago mais de 100 euros por mês para estacionar num parque mesmo ao lado do local de trabalho. E não me parece que vá mudar. Porque cada vez que tento andar de transportes públicos em Lisboa fico traumatizada. Hoje fui deixar o meu carro na oficina, que fica a uns 8km de casa. Como o fim de tarde estava agradável e o caminho era relativamente plano, resolvi voltar a pé. Claro que 5km depois estava a ter espasmos em todos os músculos do corpo e resolvi apanhar um autocarro para fazer o resto do caminho - que ainda para mais era sempre a subir. Na paragem, li atentamente o percurso de cada autocarro e percebi que o 759 era o mais indicado. Esperei. Entretanto já era de noite. Estava sozinha numa paragem de Xabregas, zona bastante tranquila e bem frequentada, como qualquer um pode imaginar. Continuei a esperar. Qual Lei de Murphy, passaram todos os autocarros várias vezes menos o 759. Continuei à espera. UFF! Às tantas aparece, finalmente, o 759... seguido de outro 759!! (Juro que não percebo isto. Uma vez vi passar, na minha rua, três 35 todos seguidos...)
Adiante, entro no autocarro, pago um bilhete mais caro que em Paris ou em Roma (1,30€ e só dá para aquele autocarro, nada de pensar em mudar de transporte), sento-me, continuo a ouvir os Spacemen 3 no iPod e, quando dou por ela, o autocarro está a fazer um percurso totalmente diferente daquele que eu tinha lido, com toda a atenção, na paragem. Levanto-me e dirijo-me ao motorista. "Desculpe, este autocarro não era suposto...?!" "Sim, sim, mas a esta hora alguns fazem um percurso diferente." "Ah, e como é que as pessoas sabem quais são?" "Depende da hora e tem uma plaquinha aqui à frente..." Minúscula. Não se via nada! E mesmo que se visse, eu não teria percebido a diferença. Conclusão: fiquei ainda mais longe do que estava inicialmente. E lá tive que fazer o resto do percurso a pé, a subir, enquanto prometia a mim mesma que transportes públicos em Lisboa só mesmo o Táxi.

Nota: Vivi em Paris e nunca precisei do carro. Lá, os transportes funcionam mesmo. Já em Roma, tão ou mais caótica que Lisboa, deixei lá a minha parte de CO2 para contribuir para o escurecimento do Coliseu... Sou uma pessoa que precisa de condições, senão a preguiça e os nervos vencem-me.

Friday, April 13, 2007

A primeira viagem de 2007

Fui 3 vezes a Paris. A última visita durou quase 6 meses. Nunca vivi um grande amor na capital francesa e não acho que a cidade seja tão romântica como se vê nos filmes. Não gosto do tempo cinzento, nem do frio e da chuva, nem da burocracia, nem do preço do café, das casas e das chamadas telefónicas, nem da língua e nem dos (muitos) franceses antipáticos, arrogantes e pouco amigos de tomar banho. (Salvem-se algumas boas excepções.)

Mas gosto muito de croissants, de polícias em patins, de ruas largas e de transportes que realmente funcionam. Gosto dos protestos contra o abuso de publicidade no Metro e de comprar o Expresso à 2ª-feira no quiosque da Place Charles de Gaulle. Gosto de ver o trânsito caótico na rotunda do Arc du Triomphe. Gosto do Marais, de Montmartre, do Pigalle, do Quartier Latin e do Montorgueil, de passear nos Champs Elysées, de sair à noite na Rue Oberkampf e na Bastille e de ir a festas bas-fond. Adoro o Palais de Tokyo, a Opéra, o restaurante Le Tambour, o bar La Vierge, a sala do Crazy Horse, a discoteca Rex e a outra ao lado que é lésbica e não me lembro do nome, mas à 5ª-feira abre a toda a gente e faz festas electro-punk fabulosas. Gosto de subir à Torre Eiffel e ver o Trocadéro e ao fundo La Défense. Gosto do Palais d'Orsay, da Saint Chapelle, de ver os bateaux-mouche cheios de turistas e de ir aos cemitérios de Père-Lachaise e Montparnasse ver o Oscar Wilde, a Maria Callas ou o Serge Gainsbourg. Gosto de treinar o meu francês nos cursos interactivos do Georges Pompidou e de fazer pic-nics nos inúmeros parques parisienses. Gosto dos taxistas franceses que topam à primeira o meu sotaque português, mas que se recusam a levar passageiros no banco da frente. E adoro ouvir as porteiras portuguesas a falar com a devida mistura de palavras em francês. Gosto da Rive Gauche e também da Rive Droite e dos alfarrabistas nas pontes do Sena.

Só estas razões já seriam bastantes para querer voltar a Paris, 3 anos depois. Mas ainda há mais. Há amigos alemães, franceses, italianos, portugueses, neo-zelandeses, brasileiros, palestinianos... E há a obrigação de, finalmente, ser uma turista a sério e entrar no Louvre, na Maison Européenne de la Photographie e subir à Notre Dame.

E passar um dia inteirinho na exposição do David Lynch, "The air is on Fire", na Fondation Cartier.

Mais uma para o dicionário...

Paraskavedekatriaphobia é o medo irracional da Sexta-Feira 13, segundo a Wikipédia.

Thursday, April 12, 2007

Caderneta Italiana - Cromo #2

Oggi mi sento un pò cosí...

L'appuntamento

«Ho sbagliato tante volte ormai
che lo so già
che oggi quasi certamente
sto sbagliando su di te
ma una volta in più che cosa può cambiare
nella vita mia...
accettare questo strano appuntamento
è stata una pazzia! (...)»
É verdade que a Ornella Vanoni é mais um cromo da música italiana dos anos 70, mas eu gosto mesmo muito desta música, que por acaso faz parte da banda sonora do Ocean's Twelve. Pode ouvir-se no You Tube, mas o vídeo é para ignorar. Não é o original, é, aliás, uma produção amadora bastante pirosa!

Wednesday, April 11, 2007

Pastor Cego

Meninas, afinal ele existe. Eu vi-o na televisão (na TVI, claro!). Já só falta descobrir a ninfa fadinha!!

Tuesday, April 10, 2007

Vê se me esquece, eu cansei...

Cansei de Ser Sexy, dia 3 de Abril no Lux, durante a "It's Already a Sensation Tour". Um dos melhores concertos do ano - e ainda não vi os que estão para vir... Só faltou mesmo o Superafim, que tem uma das melhores letras que já li, com super-sentido-de-humor!

SUPERAFIM
Ontem quando eu acordei
Ah, eu tava tão cansada
Eu me olhei no espelho e me lembrei
De quando você falou que não me suportava
Mas na verdade eu também nunca te aguentei
Por muito tempo então nem sei porque me preocupei
vê se me esquece, eu cansei
vê se me esquece, eu cansei

Mas, agora que eu cresci
Eu sou sereia e não te quero mais aqui
Me tornei uma mulher ousada
E de você não quero mais nada
Agora vê se se toca que eu me toco também
eu sou sereia e não preciso de ninguém
Vê se me esquece, eu cansei
Vê se me esquece, eu cansei

Vinil, baguete
Pelica, me esquece
Chic, agreste
Superafim, superafim, superafim de mim

Sapatênis, bolsinha
Luvinha, você
Lesbian, sapacaxa
Superafim, superafim, superafim de mim

Sapatênis de vinil, bolsinha baguete
Luvinha de pelica, você não me esquece
Lesbian Chic, sapacaxa do agreste
Superafim, superafim, superafim de mim...

Monday, April 09, 2007

Segunda-Feira de manhã

Espírito de regresso ao trabalho, depois de fim-de-semana ligeiramente prolongado....

Thursday, April 05, 2007

"Nós não somos doidos, somos o Jones Bond!"

Para a mái-bélha se ir habituando ao Portugal profundo que vai encontrar no fim-de-semana de Páscoa. Este era o tipo de jornalismo que, no fundo, gostaria de fazer um dia. Viagens na minha terra, só a rir!!

Contra factos... Ainda há argumentos!

Minhas queridas 3,
Eu sei que sou um disparate doméstico, desleixada, preguiçosa e pouco amiga de lavar a louça e separar o lixo. Sei que há dois dias, antes do fabuloso concerto das Cansei de Ser Sexy, estiveram na minha cozinha, sentadas a uma "mesa cheia de migalhas, papéis, talheres, chávenas, açúcar" e não só... E eu ainda a tomar banho porque já estava atrasada e ainda tinha que secar o cabelo e pôr um mínimo de corrector de olheiras para ir trabalhar com um aspecto decente. Não consegui. E não sei como me desculpar por vos receber sempre tão mal. Eu tento, mas à última da hora aparecem sempre coisas mais interessantes e importantes para fazer. Nem que seja dormir uma sesta no sofá... aquele sofá que vocês adoram - ao menos esse está limpinho! Mas eu acredito muito em lemas. E este na foto é um dos que me assentam que nem uma luva. Para quê aventais, tábuas de passar a ferro, aspiradores e detergentes agressivos a estragar a manicure quando existem propostas bem mais tentadoras? Afinal, também sou uma Maria-vai-com-as-outras! Às vezes fico farta de mim própria. E o pior é que não posso simplesmente dizer: "Está tudo acabado entre nós, não te quero ver mais à frente." CHUIFF! :'(

A empregada, a televisão e o João Baião

A mulher entra-me pelo gabinete dentro e elogia a maneira rápida como escrevo no teclado. "Eu também gostava de trabalhar no computador assim rápido como a Dra. Trabalha tão depressa!!" Sorriso amarelo, enquanto me apresso a fechar a janela do meu blog favorito, onde estava a deixar um comentário sobre sexo, drogas e rock n' roll. Não fosse ela achar que o meu trabalho inclui escrever coisas como "É melhor começarem a fumar tabaco de enrolar!" Vem perguntar se quero café e aproveita para ter os dois dedinhos de conversa de que ela tanto gosta. (Obviamente, as conversas dela nunca me interessam, mas eu tenho uma enorme capacidade de abstracção e faço os meus próprios filmes da história da vizinha que tinha o marido doente e que acabou por se matar e foi tudo uma grande tragédia e ele até era bom homem e nem merecia um final daqueles...) Olha para a televisão sintonizada na RTP1 e diz: "Ah, pois, foi este que se casou agora há pouco tempo com uma senhora mais velha!" E eu: "Quem?" - enquanto olho para o écrã para me enturmar e poder responder de alguma maneira à conversa da senhora. E vejo o João Baião!! Susto. Pergunto: "O João Baião casou-se com uma mulher??" Ela espantada e com cara de quem não percebeu nada. "Sim, com aquela sra., a São José Lapa!" Ahh, ó Dra., olhe que ela sofreu uma grande reestruturação, nota-se bem, parece uma moça nova. Reestruturou-se muito." E eu ainda a pensar... "Mas o João Baião não era gay??" E não resisto: "Mas olhe que o João Baião parece-me que gosta é de homens." Ela incrédula, a olhar para mim como se eu estivesse a dizer uma heresia: "Ai é? Ah, uma coisa assim. Mas olhe que ele casou-se com a tal senhora, ouvi eu dizer!..." Esta gente acredita em tudo o que ouve na televisão. O João Baião casado com a São José Lapa! Tapa na Pantera.
Neste momento vejo a Adelaide Ferreira a descabelar-se enquanto canta e dança espalhafatosamente na TVI. A Ana Malhoa de peruca em mais uma versão de pirosa-ordinária-que-não-se-aguenta na SIC. A televisão nacional de manhã dá vontade de cortar os pulsos!...
P.S. - Só pus esta foto porque lá atrás está a fantástica frase "É do macaco!" O Adriano, lembram-se?

Wednesday, April 04, 2007

Tapa no Keith Richards

Depois do magnífico concerto dos Cansei de ser Sexy ontem no Lux, a grande notícia de hoje vem do guitarrista mais alucinado de todos os tempos: Keith Richards, dos Rolling Stones. Em entrevista ao New Musical Express, Keith contou que snifou as cinzas do próprio pai, que morreu em 2002, aos 84 anos! «Ele foi cremado e eu não resisti a inalá-lo com um pouco de cocaína. O meu pai não se teria importado, já estava morto mesmo. Aquilo caiu-me muito bem e eu continuo vivo». Aos 63 anos, Keith Richards continua a desafiar os limites da própria vida. Consta que esteve presente no funeral de um médico que lhe deu 6 meses de vida e que a sua pior experiência com drogas foi quando consumiu cocaína com estriquinina. «Estava na Suíça. Fiquei em coma, mas estava acordado. Conseguia ouvir toda a gente a dizer que eu estava morto!» Sobre a famosa queda de um coqueiro nas ilhas Fidji, veja-se o requinte com que descreve a experiência: «Foi bastante interessante, sobretudo pela cirurgia ao cérebro, que fez com que meus pensamentos voassem... Tenho fotos disso. Abriram a minha cabeça, entraram, tiraram a 'merda' que lá estava e voltaram a colocar algo novo.» Hoje é quarta-feira de cinzas... não sei se terá alguma coisa a ver.

Tuesday, April 03, 2007

Medo, muito medo...

As regras de um jogo de râguebi são para mim tão elementares como ler um texto em mandarim. Mas se há coisa que me impressiona neste desporto é a tradicional dança maori dos All Blacks da Nova Zelândia, conhecida como "The Haka". Depois desta introdução, qualquer adversário fica tranquilo para enfrentar mais um jogo... principalmente se esse adversário for a Selecção de Portugal, a primeira equipa amadora (sublinhe-se, amadora) a entrar numa competição mundial de râguebi. Boa sorte, meninos!

Monday, April 02, 2007

Quem nos leva estes fantasmas?

Pedro Abrunhosa e Teresa Salgueiro têm novo single e álbum, respectivamente. "Quem me leva os meus fantasmas" e "Você e Eu". Um aproveita-se da desgraça dos sem-abrigo para continuar a debitar a sua poesia pseudo-psicanalítica-igual-a-sempre (citando o próprio, o objectivo é "romper a superficialidade da pop contemporânea"); a outra faz algo de surpreendentemente original, que é cantar, com o registo de sempre mas com sotaque, os grandes autores brasileiros. Pergunto-me onde está a originalidade disto. E porque é que músicos destes continuam a gozar de tamanha reputação, quando já deviam ter ido gozar a reforma para um país tropical, de preferência bem longínquo, juntamente com os Delfins, os UHF e, já agora, o Herman José...