

Um dos meus programas favoritos da televisão portuguesa é "As Tardes da Júlia". Gosto, especialmente, de o ver sem som. Quando algo me diz que aquilo está mesmo a descambar então não aguento e aumento o volume. Isso aconteceu um dia, quando vi uma nota de rodapé a dizer "Teresa perdeu a virgindade aos 64 anos". Ora, isto é tema imperdível - mesmo tendo que me render à voz sexy da Júlia Pinheiro - tanto mais não seja para tentar perceber como é que uma mulher aparentemente normal passa 60 anos da vida dela sem saber o que é uma pila! Mas melhor ainda, é que quem lhe ensinou os primeiros passos do prazer carnal foi um gajo com um ar de totó que não se aguenta. Ainda assim, a mulher teve grandes dificuldades lá na aldeia para assumir o namoro. Pois, é que o pessoal não estava habituado a vê-la com homens. E em vez de pensarem "mais vale tarde que nunca", até a taxista lá da terra foi ao programa dizer que no início também criticava a relação e não concordava que a mulher tivesse optado por finalmente saber o que era um homem. A inveja é uma coisa muito feia. Entretanto, o novo namorado, que deixou a mulher e os filhos para namorar a velha virgem, dedicou-lhe um livro, chamado "Pontos de Vista e Preferências"... Um dia destes vou à FNAC ver se existe e leio-o escondida num cantinho.Durante o programa, e atentem agora nos pormenores das imagens, a senhora emocionou-se muito, coitadinha. Às tantas assoou o nariz e enfiou o lenço usado na manga da camisola - um clássico tuga, daqueles tipo "unha do mindinho mais comprida". Enquanto arrumava o lencinho, o namorado totó fazia um gesto de simpatia para as câmaras. A taxista lá da terra apareceu orgulhosa de ser uma linguaruda/alcoviteira e fez questão de aplaudir-se a si própria e mostrar a sua boa disposição e os seus belos dentes. Eu gosto muito disto!






















Se há momentos nos quais percebo que 'já não vou para nova' é na freakalhada dos festivais. É incrível a quantidade de "crianças" que se encontram - sem ofensa para os teenagers que gostam de curtir boa música - mas fosse esse o único problema e tudo seria quase perfeito. Até porque muitos dos jovens na casa dos 20s são surpreendentemente giros, o que me deixa algo entre o confusa e o bipolar... Mas vamos ao que realmente interessa. Primeiro choque quando se entra no recinto de festival: há pó, muito vento e as casas de banho estão incrivelmente longe do palco. 2º choque: a publicidade. Está por todo o lado e é demasiado invasiva, fica-se com a impressão de estar a ser bombardeado com marcas e mais marcas a toda a hora. Desde a Red Bull à Pizza Hut, passando pela Antena 3. Entre os concertos, altura em que a malta aproveita para dar algum descanso aos ouvidos, a Optimus e a Super Bock decidem injectar-nos com anúncios em altos berros, num nível tão insuportável que mais perto da zona do palco é impossível conversar ou falar com alguém ao telefone. As imagens que passam no ecrã não têm nada a ver com o som que nos tortura. Esquizofrenia total! Dá vontade de beber Sagres ou Cintra e manter a fidelidade à TMN.
Há duas entidades em Lisboa capazes de despertar o que de pior há numa pessoa, como se pode ver na imagem. Uma é a EMEL, a outra a Polícia Municipal - já agora, quem é que inventou essa m*%$?? Além de serem completamente inúteis no que respeita a melhorar o trânsito e o estacionamento dentro da cidade, passam a vida a multar quem não está a atrapalhar ninguém. Enquanto há milhares de outros carros que entopem o trânsito em 2ª fila, por exemplo. Hoje calhou-me a mim. Estacionei no pedacinho reservado a motociclos - quando à volta havia alguns 20 estacionamentos disponíveis para motos - e a polícia municipal bloqueou-me o carro. Multa: 60 euros + 30 para retirar o reboque. A antipatia e o ódio que destilei foram mais fortes do que eu. À medida que me iam passando recibos e cópias das multas, eu ia amarrotando e deitando fora mesmo na cara deles. E, arriscando uma 2ª multa no meu currículo por "desrespeito pela alta competência da autoridade", perguntei, depois de ter pago os 90 euros: "Precisam que lhes pague mais alguma coisa? O almoço, um café?" Os dois idiotas ainda tentaram fazer uma gracinha: "Se convidar a gente aceita". E eu no meu pior sentido de humor: "Não me faltava mais nada hoje! Mas se quiserem dou-vos uma gorjeta para beberem uma mini." E deixei-lhes 50 cêntimos na mesinha das multas. Não percebo como é que me deixaram ir embora e não me levaram para a esquadra...
