A pedido da minha amiga S., tenho que contar aqui uma sua aventura com um cromo que, nem de propósito, se revelou o oposto do anterior. Tudo se passou na Turquia, em 2001, numa reunião de 300 almas pseudo-católicas de várias nacionalidades. Todos no mesmo hotel e com uma disposição imensa para a brincadeira, apesar do verdadeiro motivo que os levava a estar ali. Nas animadas festas na praia e na piscina, um jovem polaco dava nas vistas com uns calções de banho suficientemente justos para deixar adivinhar o que estava por baixo deles. Rapidamente, foi baptizado pelos portugueses que lá estavam de “Bacamarte"! Numa noite bem regada, S. já se encontrava naquela fase em que o número do quarto se torna mais complicado que o NIB e deu por si enrolada com o “Bacamarte” em cima de um monte de pedras. [Não faço ideia como nem porquê num monte de pedras, mas nestas coisas cada um sabe de si...] A curiosidade de S. em relação aos atributos do polaco era muita. Pouco depois, e apesar do estado ébrio, S. confirmava que o anunciado pelos calções de banho não era publicidade enganosa! Mas, para sua surpresa, o polaco, além de bastante desajeitado, apenas perguntava em continuação se S. já tinha visto algum daquele tamanho! Drama dos 19 anos masculinos, foi a única conclusão a que S. conseguiu chegar naquele dia... Nos outros a seguir, as recordações com que S. ficou foram uma tremenda falta de pontaria, vários arranhões nas costas causados pelas pedras e um desconsolo "do tamanho do Bacamarte". No entanto, S. confessou-me que, de facto, nunca mais voltou a ver nada daquele tamanho...P.S. - Não sei se é característica comum aos polacos - deixo isso aberto a discussão -, mas devo confessar que o maior atributo masculino que já vi (vi, apenas, ok?) também era polaco! Estava em Barcelona e fui com duas amigas catalãs e um polaco a uma praia "bastante liberal". Só ele insistiu em fazer nudismo (sabe Deus porquê). Acho que só fiquei verdadeiramente atrapalhada quando todos, muito naturalmente, insistiram em jogar ao disco voador. Com "aquele" polaco, todo nú, era difícil, pelo menos para mim, concentrar-me apenas na direcção em que ia o disco...




Trabalhei num jornal com um sub-editor de apenas 22 anos. Quem trabalha no meio da Comunicação Social sabe que a situação não causa assim tanta estranheza, uma vez que cada vez mais se procuram jornalistas tendo em conta o seu preço e não a sua qualidade. [Não há muito tempo, propuseram-me o belo cargo de chefe de redacção de um pasquim por 450 euros mensais - e não, não estavam a gozar!!] Voltando à história, este cromo tinha sido "promovido" depois de ter feito um "estágio" de um ano a ganhar 250 euros mensais. No fundo, ele era um "estagiário sub-editor", nada mau para início de carreira. Mas enfim, eu estava ali como jornalista e tinha que respeitar o meu superior, até mesmo no dia em que ele me pediu para "investigar" uma notícia que poderia ser "bombástica". «Vou-te enviar o e-mail com a história, liga para o contacto que lá está e pede mais informações», disse ele. Quando comecei a ler o e-mail apercebi-me logo de que se tratava de um daqueles FW: inventados por quem não tem mais o que fazer... Uma temível aranha venenosa andava a matar em Portugal e já tinha feito algumas vítimas no Algarve! Disse-lhe: «Não achas que isto é um daqueles FW:....?». «Liga para o contacto que aí está!», respondeu do alto da sua autoridade. Liguei. Atendeu realmente a pessoa cujo contacto constava no e-mail, mas rapidamente esclareceu que aquele mail também lhe tinha sido enviado por alguém e que o seu número de telefone estava ali por acidente. Expliquei novamente ao meu sub-editor que aquela história, afinal, era mesmo um daqueles e-mails. Levantou-se rapidamente e avançou na minha direcção, folheando a sua agenda preenchida de importantes contactos: «Aponta aí!», ordenou. «Direcção-Geral de Saúde, 21....., e falas com a "não-sei-quantas" que é a assessora de Imprensa.» Eu nem queria acreditar no que me estava a acontecer, mas lá tive que ligar para a DGS. A assessora foi muito simpática, ouviu todas aquelas as idiotices e no final disse: «Sabe, isso é um daqueles e-mails que já circulam há anos...» Foi um momento bastante embaraçoso na minha (ainda curta) carreira de jornalista - não tão curta quanto a inteligência do sub-editor. Obviamente, esta não foi a única história inacreditável que se passou naquele jornal. Dois meses depois, despedi-me.
