Monday, April 16, 2007

Porque sou dondoca e odeio os transportes públicos de Lisboa

Sou daquelas pessoas que contribuem com CO2 para a poluição e para o buraco do ozono. Ando sempre de carro, estaciono sempre "à porta" e pago mais de 100 euros por mês para estacionar num parque mesmo ao lado do local de trabalho. E não me parece que vá mudar. Porque cada vez que tento andar de transportes públicos em Lisboa fico traumatizada. Hoje fui deixar o meu carro na oficina, que fica a uns 8km de casa. Como o fim de tarde estava agradável e o caminho era relativamente plano, resolvi voltar a pé. Claro que 5km depois estava a ter espasmos em todos os músculos do corpo e resolvi apanhar um autocarro para fazer o resto do caminho - que ainda para mais era sempre a subir. Na paragem, li atentamente o percurso de cada autocarro e percebi que o 759 era o mais indicado. Esperei. Entretanto já era de noite. Estava sozinha numa paragem de Xabregas, zona bastante tranquila e bem frequentada, como qualquer um pode imaginar. Continuei a esperar. Qual Lei de Murphy, passaram todos os autocarros várias vezes menos o 759. Continuei à espera. UFF! Às tantas aparece, finalmente, o 759... seguido de outro 759!! (Juro que não percebo isto. Uma vez vi passar, na minha rua, três 35 todos seguidos...)
Adiante, entro no autocarro, pago um bilhete mais caro que em Paris ou em Roma (1,30€ e só dá para aquele autocarro, nada de pensar em mudar de transporte), sento-me, continuo a ouvir os Spacemen 3 no iPod e, quando dou por ela, o autocarro está a fazer um percurso totalmente diferente daquele que eu tinha lido, com toda a atenção, na paragem. Levanto-me e dirijo-me ao motorista. "Desculpe, este autocarro não era suposto...?!" "Sim, sim, mas a esta hora alguns fazem um percurso diferente." "Ah, e como é que as pessoas sabem quais são?" "Depende da hora e tem uma plaquinha aqui à frente..." Minúscula. Não se via nada! E mesmo que se visse, eu não teria percebido a diferença. Conclusão: fiquei ainda mais longe do que estava inicialmente. E lá tive que fazer o resto do percurso a pé, a subir, enquanto prometia a mim mesma que transportes públicos em Lisboa só mesmo o Táxi.

Nota: Vivi em Paris e nunca precisei do carro. Lá, os transportes funcionam mesmo. Já em Roma, tão ou mais caótica que Lisboa, deixei lá a minha parte de CO2 para contribuir para o escurecimento do Coliseu... Sou uma pessoa que precisa de condições, senão a preguiça e os nervos vencem-me.

1 comment:

Anonymous said...

Faltou referir as multas que surgem aqui e ali de vez em quando :p